segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Jo-sé-ana

(dessas histórias que se inventa no trânsito, no banho, na fila da padaria - A uma amiga apaixonada pela história de Joana)

Joana mudou de nome
[Seu coração agora bate em outro peito]
Sua saudade,
também calada,
Hoje morre de fome.

Ainda embriagada com fanta uva,
E ainda que seu amor fosse morto
- e se tornasse viuva,
Joana teria o peito torto.
Oco.
Moco.
Cansado de vazio e desconforto.

E ainda que a ponta cega da faca curva
Ferisse seus olhos
E a vista ficasse turva
Joana teria um peito calado
E, em outro peito,
Sobrevivendo (bravamente) ao leito,
Um coração alado,
VIVO,
Despedaçado.

E de ter asas,
Seu coração voa ao lado de aviões
(do forró, ou de tantas outras tripulações)
E voa alto
Onde o céu não pode alcançar
E voa veloz
"Voa mais do que minha voz"
E volta pro seu peito pra amar.

E, com final feliz,
Joana, triste,
Muda de nome
Antes, inteira,
Agora, metade,
É codinome.

Joana era Joana
Perdeu o Jô
Perdeu o sé
Agora é Ana.

Daniela Dino

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