quinta-feira, 13 de novembro de 2014

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Haveria um quarto meu em cada canto
Toda vez que eu me encontrasse em desencanto
E quisesse meus sonhos e devaneios na palma da mão

Haveria, ainda, um quarto de mim em cada esquina
Toda vez que eu me esquecesse nas poeiras infindas de um porão

E andando pelas ruas, eu poderia me perder
E no próximo quarteirão me acharia
Com a cabeça ainda quente, em noite fria
E as manchas vermelhas de amor pelo chão

Mas um quarto de mim num quarto meu ventilado,
Teria um pedaço teu de silêncio apaixonado:
Um querer inteiro e vivo, 
O amor mora ao lado [...]
Um quarteirão inteiro de verdade e solidão

segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Flamboyant


(Para minha mãe, apaixonada por essa árvore linda)

Tuas folhas recortadas parecem flutuar pelos ares
Tuas entrelinhas desenham o céu de amanhã
Teu florescer traz vida e paz aos olhares
Tuas flores, vastas, pintam os dias com cor de romã.
Se fores simples e linda por onde passares,
Tens abundância de mãe e Canaã.
Se te destacas, pequena, entre os palmares,
És verde-vermelho, és árvore-mãe, és Flamboyant.