quarta-feira, 31 de julho de 2013

Rio

( à Bárbara, minha amiga do coração)

Rio contigo
Porque sou rio de alegria
Quando vejo teu mar
Nos olhos, na alma, no riso.
Rio contigo
Porque sou rio de paz
Quando vejo teu céu
Nos lábios, no rosto, no coração.
Rio contigo
Porque sou rio de vida
Quando vejo teu encanto
No teu canto, na tua pele, no teu falar.
Rio contigo
Porque sou rio que deságua em mar
Quando vejo tua calma
Na tua voz, no teu agir, no teu cantar.
Rio contigo
Porque sou Rio de Janeiro
Quando vejo tua beleza
Nos teus cabelos, no teu Ipanema, no teu andar.
Rio contigo
Porque sou rio de risos
No teu sorriso, na tua amizade, no teu amar

Te admiro por tua força
E quase morro de fraqueza
Por saber que sem ti não vivo.
E fecho os olhos
Quando o amor ativo,
Quando me cego e sou pura franqueza,
Quando feliz convivo
com a infinita grandeza 
tua.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Lua

A lua
Tão nua
Tão crua
Tão tua
Parece então pairar no ar

Na calada da noite ela se faz só
sob o olhar deserto de quem a alcança.
Sob os sonhos de nuvens quando criança
Ela desfaz o nó,
o nó da garganta, da mente altruísta
Do turista que visita teu céu estrelado,
Ó lua equilibrista!
Tão fria
Tão cheia
Tão pura flutua, - ó lua!

E se pisco os olhos meus
Pareço perder teus segundos de encanto
Padeço no escuro sem teu canto
E perco-me nos reflexos teus
Por fim,
Aqueço minh'alma em teu manto.


E pairo contigo pelo ar.
Desvio pra te ter em meu foco
E penso em disfarçá-lo, marejado,
Sem querer ser teu mar
Pra que possa então te ver
Te tocar
E quem sabe um dia, feliz então,
Te sonhar.

Ó lua intocável,
Desce aqui e beija-me fria com teu calar das noites
Desce mansa, com teu manto,
E cala as feridas do mundo de açoites.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Me basto


Eu me basto.
O bastante pra todo o mundo vasto.
O necessário pra vida que arrasto.

Eu me basto.
Me basto como quem gosta de viver
E, loucamente, vive de querer
Me basto no eu, no mim, no ser.

Me basto porque a vida é minha
Porque convivo com todos,
Mas vivo sozinha.
Porque vivo secreta
E sou o que tinha.

Eu me basto.
Me basto porque meu eu é feito dos outros. 
Porque sou gente, tangente, agente da vida.
Porque sou eu, sozinha, 
e a gente - viva e unida.

Me basto porque meu EU é plural.
Porque meu EU é todo mundo.
É natureza, é natural.
Me basto por ser provérbio-nominal/pronome-verbal.
Me basto por isso, por aquilo.
Por bastar-me de ser viva, 
e levemente imortal.