terça-feira, 23 de julho de 2013

Lua

A lua
Tão nua
Tão crua
Tão tua
Parece então pairar no ar

Na calada da noite ela se faz só
sob o olhar deserto de quem a alcança.
Sob os sonhos de nuvens quando criança
Ela desfaz o nó,
o nó da garganta, da mente altruísta
Do turista que visita teu céu estrelado,
Ó lua equilibrista!
Tão fria
Tão cheia
Tão pura flutua, - ó lua!

E se pisco os olhos meus
Pareço perder teus segundos de encanto
Padeço no escuro sem teu canto
E perco-me nos reflexos teus
Por fim,
Aqueço minh'alma em teu manto.


E pairo contigo pelo ar.
Desvio pra te ter em meu foco
E penso em disfarçá-lo, marejado,
Sem querer ser teu mar
Pra que possa então te ver
Te tocar
E quem sabe um dia, feliz então,
Te sonhar.

Ó lua intocável,
Desce aqui e beija-me fria com teu calar das noites
Desce mansa, com teu manto,
E cala as feridas do mundo de açoites.

Nenhum comentário:

Postar um comentário