sábado, 11 de agosto de 2012

Versos da Alvorada



Versos da Alvorada

É hora do grito do sol
Do canto de ninar de um eco só.
- Amanheceu.
Do fundo de tu’alma pequena e vã,
e sã no teu verbo de dor
Silenciosos são teus lábios
Calados à meia luz,
ao som de um céu de qualquer cor.
- Amanheceu, meu bem.
Contai-me o que choraste
[e nada perdeste]
E canto a ti a correnteza dos rios
Do vale do eco que acalanta o alvedrio.
- Amanheceu.
E o tempo cego que passou
volta n’alvorada
Na sombra sórdida, embriagada
que vai e vem no dia-a-dia.
- Amanheceu.
E posso ouvir o meu silêncio
refletindo na aurora.
Trazei-me lábios serenos
verbos infindos e um cálice amargo
enquanto minha alma doce vive,
enquanto meu riso tolo chora.

Daniela Dino

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