quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Tanto Querer

Eu quero ser raio de sol quando o dia for minguante
E flor do cerrado
Enquanto ânsia constante
Sertão que seque o mal o olhado
Quando a chuva for o instante.
Sorriso solto, apaixonado
E no compasso de sina dançante
Esvairada, doravante
Um barco solto, navegante
Um vento leve, um bem alado.
Quando o dia for avante,
E se ele se for en(cerrado)
Me deixa ser tempo, instante?
Ser amada, futura amante
Um gosto bom, que tudo tempera
Ser beijo roubado, traficante
Ser o descanso que espanta o fardo
E que afaga o aperto agoniante.
Quero sobriedade, à toda esfera
Às vezes cerveja, vinho, espumante
Uma luz para o escuro maculado
Um silêncio para o grito petulante
Um ouvido para o som velado
A força que supera
E o resisto de toda luta estudante.
Quero ser bem me quer, e quem me dera
Se eu pudesse ser, ainda que consumido ou consumado,
Uma palavra sincera, austera
A toda gente e poder difamante.
Me deixa ser sujeito pro meu estado
Inocência de Desenho animado
Final feliz que uma-vez-era
Uma íris para o colorido, colorado
E uma verdade para todo artifício de corante.
Me deixa ser sol para o dia nublado
E o respiro que procura o que tivera:
Um legado (certo ou errado),
De uma história incessante
De um querer que hoje me inteira
Que me faz ser flor do cerrado
[Enquanto não for primavera]
E uma era de passado apaixonante
[Enquanto meu tanto querer espera.]
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Esses escritos de um instante, que saem do nada, dos quereres calados, da vontade de ser primavera e poesia constante! 💛🌻 E você? Com o que rima seu tanto querer?