quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Ansiedade

Ansiedade
Sobre o pulsar de corações ansiosos
Deixar falarem os corações ociosos
Ter tanto para falar
Pouco ar pra respirar
Em um querer inquietante de que a alma tenha voz
E os sentimentos do mundo que fazem de ti sua morada
Te deixem a sós
E a liberdade desate os nós
De um coração ansioso com pulsação armada
Se tua alma tiver voz,
Eu tenho tanto pra te falar
Espere um instante,
Pra que fiquemos a sós
E eu, Liberdade, desate os nós
Que a tua dor vem amordaçar
Se teus passos forem curtos,
Pare, que a escuridão é tempo pungente
Respire um instante,
Pra que tua mente se esqueça
E a chama do sol tua alma aqueça
Aquilo que por dentro te parece urgente
Mas se teu grito for sem voz,
E ecoar agora,
Não esperes, te demores, perca hora
Renove teu presente, teu verso
Pra que tua ânsia deixe o futuro
Teu presente seja instante puro
E a calma te invada enquanto esperas lá fora.

[A um coração ansioso e lindo, dos mais lindos que conheço, e outros tantos corações ansiosos por aí, com todo amor e poesia que me cabe]

Daniela Dino

quarta-feira, 2 de maio de 2018

Morada Colorida


Dos dias que nasceram escuros
Me lembro da cor de todos
Era a mesma cor latente de lente embaçada e retina oprimida
Eram tons de cores turvas, vultas
Perdidas por quererem complementar qualquer cor ao lado que provocasse sua transparência
Desses dias me lembro da cor de um colorido dormente, adormecido, gradiente
Eram feitos de um dautonismo que confundia,
Que enganava qualquer olhar.
Mesmo com cores claras, os olhos se ofuscavam
Ficavam cegos para qualquer clareza do dia
Mas os dias de luz ficaram guardados com outras cores
Não mais feitos de memória em tons de cinza
Agora com lente cristalina e retina tingida de tantos tons que invadiram os dias
Agora a cor se faz tempo presente
De pigmento abundante, de clareza de vida
De versos de alvorada e morada colorida
-
Que todos que passam por dias escuros saibam que dias coloridos, de morada colorida, logo logo virão 💛💚💙💜❤️

domingo, 11 de março de 2018

Meu gosto tão teu


Eu gosto de mudança
Dessas coisas que vão e vêm.
Mas gosto mais de ti:
Da tua permanência que me faz ir além.
Eu gosto da liberdade que me dás
E por ela mesmo que a teu lado me manténs
Gosto do amar destemido que por ti tenho
Que faz de mim caçadora e não refém.
Eu gosto do teu riso de bem me quer
De quem por tantos risos quero bem
Gosto dos olhos infinitos pelos quais me olhas
E de alcançar os infinitos olhos que não nos veem.
Gosto do nosso tempo junto
Sendo muito ou pouco, nunca aquém
Gosto das nossas horas perto
Mas gosto da saudade de ti também.
Gosto de te ter pra mim
E de ser teu amor e de mais ninguém
Gosto de ouvir tua voz, teu silêncio
E da troca de palavras e olhares que a gente tem.
Gosto da nossa diversão só nossa
E da forma besta com a qual me entreténs
Gosto de me perder no teu abraço
E da alegria à flor da pele quando tu vens.
Gosto que sejas meu pedacinho de paz
E de quando pensar em ti ficar zem
Gosto que sejas meus lindos sonhos
E, ao abrir os olhos, meu amor, amado alguém.
-


Daniela Dino

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

6 anos de saudade

Mesmo os dias cinzas, de cinzas,
Carregam cor quando se lembram de ti
És lembrança viva, diária
És primavera, São João, carnavália
O vazio de saudade mais colorido que já senti

[Há 6 anos colores tudo no mundo com tua vida, tua paz, tua eternidade que virou universo. Estás em todos os lugares. Me lembro de ti por onde vou. Obrigada por ter trazido tanta cor, tanto amor pra esse mundo e pra mim! Te amo hoje, como desde o príncipio e como será para sempre, Telinho!]

terça-feira, 28 de novembro de 2017

Amoite de Brasília


O subsolo tem vida, tem rotina
Ainda que com tempo escondido da luz do dia, desenfreado, de correria
Há nele pedaços de luz, de música, poesia, calmaria
Há nele um pouco de vida e ocupações distintas,
Frases soltas, aos pedaços, búzios, caminhos, cangaços,
Lugares de passagem, mas também de abrigo a pessoas famintas
Há nele abandono,
Há verdades do cotidiano, palavras ao vento, pessoas ao relento
Olhares ansiosos, passos apressados,
Túneis inteiros de pensamentos:
“Liberdade! Libete-se! Priorize as prioridades!
Nua, de mim
Teu consumo te consome
A vida é sonho
Viva antes de morrer
O poder do espirito santo é a nossa força, sem ele ninguém tem a paz
As ruas falam-me
Legião urbana
Procuro namorado gostozo
Dayane buzios e tarot, faz amarração p/ o amor
A saudade é o pior tormento, é pior que o esquecimento”
Há apropriação de espaços vazios,
Que se enchem de história, de gente, de arte
De festa, de vida e movimento por toda parte
Há gente que canta, que vende, que compra, que corre, que anda, que perpassa, que manda e desmanda na massa, que dorme, escassa, que chora, que vive, que mal consegue ver por onde passa
Há gente que se arrisca, que petisca, que tem medo, coragem, malícia, milícia
Há quem trabalha duro, gente honesta, doméstica, advogado, artista
Há espaços transformados,
Com trajetórias novas e projetos atravessados
Espaços apropriados, de ocupação,
Com novos usos de uma cidade tombada que cresce pelo ladrão
Há nele pessoas, carros, passagens, lugares, não lugares
Há monumentos disfarçados de esculturas no horizonte
Com subsolos inteiros que os fazem singulares
Há no subsolo reserva, dinheiro
Um banco central inteiro
Que cresce de baixo pra cima
Um subsolo restrito, de acesso restrito
Bem mais restrito do que se estima
Há, ainda, galerias pintadas,
Athos, fatos, anonimatos
Painéis desconhecidos, obras de arte renomadas
Há um mundo à parte que se inicia, mas não se encerra
Pois se até o sol se esconde na noite,
Brasília também busca seu amoite,
E renasce a cada dia debaixo da terra.

Daniela Dino

quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Luar

(Para ler rápido e perder o folêgo, do mesmo jeito como a lua invadiu o céu de hoje, roubando meu ar, meu amar, meu luar).
Chega calada, 
enquanto o dia termina,
sem alarde,
desatina,
e de repente invade
esse céu que incendeia,
roubando olhares,
em cada esquina,
a noite clara de lua cheia.
Dona das águas,
das estrelas,
do bumba-meu-boi,
do mar,
da gravidade que seduz ondas,
de minha retina,
meus olhares,
marejados,
de hoje,
de quando menina,
que refletem
sendo acaso,
destino,
ou sina,
para amar,
a quem se destina,
o brilho dourado,
prateado,
cor de mina,
de mil e uma noites de clarão de luar.

Daniela Dino

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Alvorada de um beija-flor

Amanhecem os dias mais claros
Um outono amarelado
Uma alvorada feita de sorrisos 
De cor
De cor e salteado
Onde todo ar parece pouco
Por ser tão leve
O soar do vento
(do tempo)
Desperta meu timbre rouco:
[...]
Se pássaro for
Por onde flor
Me beija-amor.
[...]
Eis a alvorada de um beija-flor.
🌻 Um beija-flor invadiu minha casa e fez de mim alvorada, intensa, amarelada...

 Daniela Dino