sábado, 20 de outubro de 2012
O Poeta
O poeta é aquele que vive
que deixa no mundo o seu traço
Rabisca com o pensamento
E vive em cada gota de sangue
de lágrima
toda a dor do mundo.
Porque o poeta é vivo,
e nasce
e morre
e vive nobre.
O poeta é ser humano
(mais Gente que muita gente)
mais humano que a humanidade.
É mais realista que as realezas
mais rico que o ouro
tão pobre
tão podre
que cobre o mundo de falsidade.
O poeta enxerga
com os olhos do mundo.
Vê a loucura da cidade grande
O muro negro do dissabor.
Vê a puta em calafrios,
e nada contra a correnteza dos rios.
Tem a cura pra essa epidemia,
e na pele toda a empatia
e nos olhos o sofrimento e a dor.
O poeta, tacanho,
no mais fundo dos poemas
samba nas entrelinhas.
Vive
e é feliz.
E ninguém sabe.
Ora,
felizmente,
o egoísmo não está nele
por esconder seu sorriso.
E sim em nós,
que não sorrimos
diante desse mundo
tacanho
podre
pobre
Mas extramente lindo.
O poeta rima a vida.
E de rima em rima,
O mundo viverá em poesia.
Ah! O poeta!
Ele sim é poesia.
20 de outubro, Dia do Poeta
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
A história de Joana
(em um carro em movimento, em uma noite de chuva. Joana, uma fulana qualquer).
Ela, tão menina, tão mulher.
- tão.
Pela janela do seu corpo
toda a satisfação que lhe cabe.
Pela janela de seus olhos: luz e vida.
Aquelas fotos
foram tiradas com os olhos,
Ela, tão menina, tão mulher.
- tão.
Pela janela do seu corpo
toda a satisfação que lhe cabe.
Pela janela de seus olhos: luz e vida.
Aquelas fotos
foram tiradas com os olhos,
Em seu porta-retrato,
toda arte que lhe convém.
Ela, tão romântica, tão vulgar.
Com um gingado do quadril
- admirável, até.
E um Q de Brasil.
E um outro de amor.
Vulgar?! Não, não!
Extremamente romântica.
Pois é.
Foi uma chuva com gosto de samba
quebrando o banzeiro
com som de pandeiro
cavaquinho e terreiro...
E mais um pouco de chuva, ainda bem.
Foi uma tarde com gosto de “um tudo”
Que quebrava a rotina
Molhava a retina
[e mais que nunca]
Tão mulher, tão menina,
Com toda artimanha que lhe convém.
Ah, Joana!
A arte (manha) de amar.
Onde os corpos se entendem.
[E as almas também].
- disse Bandeira no fim da noite,
com todo amor
mitologia
e artifícios
que lhe convém.
E Joana disse: “Amor, os corpos se entendem,
mas as almas também”
E viveram felizes para sempre.
[...]
Ora pois, num cantinho,
quase no fim,
disse José: “Joana, que mal tem?”
Deixe as almas se entenderem.
Assim como nós,
Assim como o mundo,
Com toda artimanha que lhes convém.
E viveram felizes para sempre,
Agora sim,
Em pensamento, meu bem.
toda arte que lhe convém.
Ela, tão romântica, tão vulgar.
Com um gingado do quadril
- admirável, até.
E um Q de Brasil.
E um outro de amor.
Vulgar?! Não, não!
Extremamente romântica.
Pois é.
Foi uma chuva com gosto de samba
quebrando o banzeiro
com som de pandeiro
cavaquinho e terreiro...
E mais um pouco de chuva, ainda bem.
Foi uma tarde com gosto de “um tudo”
Que quebrava a rotina
Molhava a retina
[e mais que nunca]
Tão mulher, tão menina,
Com toda artimanha que lhe convém.
Ah, Joana!
A arte (manha) de amar.
Onde os corpos se entendem.
[E as almas também].
- disse Bandeira no fim da noite,
com todo amor
mitologia
e artifícios
que lhe convém.
E Joana disse: “Amor, os corpos se entendem,
mas as almas também”
E viveram felizes para sempre.
[...]
Ora pois, num cantinho,
quase no fim,
disse José: “Joana, que mal tem?”
Deixe as almas se entenderem.
Assim como nós,
Assim como o mundo,
Com toda artimanha que lhes convém.
E viveram felizes para sempre,
Agora sim,
Em pensamento, meu bem.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Retalhos de mim
quando o anseio de escrever
Toma conta sem cessar
Cessando em compassos
Em descompassos de um mar
No encontro do prazer de ser
Se envolver em um alaúde
Nos pensamentos, nos passos
Entre meios caminhos
Nas lembranças de beijos e abraços
Entre meu lado eu, meu lado rude
Até perder-me em brocardos
Tenho-me sã em retalhos de mim
Tenho o mundo de burocracia
Sentimentos perdidos em vermelho carmim
Hipocrisias fomentadas em resguardos
Guardo um gosto meu, de terra molhada
Da irreverência de minha sina
Um sabor do que se sente
Do fascínio que se imagina
Da vida linda que se constrói retalhada
Toma conta sem cessar
Cessando em compassos
Em descompassos de um mar
No encontro do prazer de ser
Se envolver em um alaúde
Nos pensamentos, nos passos
Entre meios caminhos
Nas lembranças de beijos e abraços
Entre meu lado eu, meu lado rude
Até perder-me em brocardos
Tenho-me sã em retalhos de mim
Tenho o mundo de burocracia
Sentimentos perdidos em vermelho carmim
Hipocrisias fomentadas em resguardos
Guardo um gosto meu, de terra molhada
Da irreverência de minha sina
Um sabor do que se sente
Do fascínio que se imagina
Da vida linda que se constrói retalhada
domingo, 7 de outubro de 2012
O Fado da Paz
"É, morena, tá tudo bem,
Sereno é quem tem
A paz de estar em par com Deus
Pode rir agora
Que o fio da maldade se enrola
Pra nós todo amor do mundo,
Pra eles, o outro lado
Eu digo mal me quer
Ninguém escapa ao peso de viver assim,
Ser assim, eu não
Prefiro assim com você,
Juntinho, sem caber de imaginar
ATÉ O FIM RAIAR"
Los Hermanos
Um fardo frio,
um frio quieto,
um grito pasmo.
O moralismo insiste
A hipocrisia incide
O desprazer de um orgasmo.
Aqui te deita
[no meu colo]
E canta, pequena.
Foge, vive,
Vai longe daqui,
E volta serena.
Um fardo frio,
um claro-escuro,
Que foge à vida tua.
Um frio quieto
que beira teu canto
E beija à força tu'alma nua
Arruma tua casa
E canta, morena [...]
"Tá tudo bem,
Sereno é quem tem"
Daniela Dino
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