segunda-feira, 15 de outubro de 2012

A história de Joana

(em um carro em movimento, em uma noite de chuva. Joana, uma fulana qualquer).


Ela, tão menina, tão mulher.
- tão.
Pela janela do seu corpo
toda a satisfação que lhe cabe.
Pela janela de seus olhos: luz e vida.

Aquelas fotos
foram tiradas com os olhos,

Em seu porta-retrato,
toda arte que lhe convém.
Ela, tão romântica, tão vulgar.
Com um gingado do quadril
- admirável, até.
E um Q de Brasil.
E um outro de amor.
Vulgar?! Não, não!
Extremamente romântica.
                                                   Pois é.

Foi uma chuva com gosto de samba
quebrando o banzeiro
com som de pandeiro
cavaquinho e terreiro...
E mais um pouco de chuva, ainda bem.
Foi uma tarde com gosto de “um tudo”
Que quebrava a rotina
Molhava a retina
[e mais que nunca]
Tão mulher, tão menina,
Com toda artimanha que lhe convém.

Ah, Joana!
A arte (manha) de amar.
Onde os corpos se entendem.
[E as almas também].
- disse Bandeira no fim da noite,
com todo amor
mitologia
e artifícios
que lhe convém.
E Joana disse: “Amor, os corpos se entendem,
mas as almas também”

E viveram felizes para sempre.

[...]

Ora pois, num cantinho,
quase no fim,
disse José: “Joana, que mal tem?”
Deixe as almas se entenderem.
Assim como nós,
Assim como o mundo,
Com toda artimanha que lhes convém.

E viveram felizes para sempre,
Agora sim,
Em pensamento, meu
 bem.

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