terça-feira, 18 de junho de 2013

Vandalismo

Vandalismo é a fome diária
É falta de saneamento básico,
a ausência de reforma agrária.
Vandalismo é a violência urbana
A inflação absurda no preço
da carne, tomate e banana.
É também o povo sem teto,
A vida constante perigo
Saúde virando concreto.

Vandalismo é a falta de educação
A manipulação da mídia
E a inescrupulosa e ardente corrupção.

Vandalismo é a destruição do patrimônio do povo
É a ação militar, judiciária e legislativa
(e a história que, tristemente, se passa de novo)

Vandalismo é a morte diária de gente inocente
É a vergonha do salário pago ao corpo docente.
É a falta de uma qualidade de vida decente.

Vandalismo é, nos sonhos, a falta de poesia
No real, o excesso de utopia
Nos olhos, astigmatismo, cegueira, miopia.

Vandalismo é coisa do cotidiano
praticada, todo dia, por homens sérios
como Sarney, Arruda, Feliciano.

Vandalismo é a desigualdade social
a discriminação racial
o desrespeito à diferença pessoal.

É, também, homofobia
É a falta de moradia
A matança radical e impiedosa de alegria.

Vandalismo é a cobrança alta de impostos
O luxo do lixo (detentores de poder)
A vida do povo lançada em destroços!

Vandalismo é coisa atual,
mas também antiga e duradoura.
Vandalismo pode ser essencial.
É coisa que destrói e constrói lavoura.

Daniela Dino

- Não que eu defenda outras formas de vandalismo (aliás, nem sei se tenho uma opinião concreta sobre isso), mas o fato é que existem vandalismo bem mais danosos ao patrimônio público que não são tratados como tais, e é exatamente o que expresso, indignada, no poema acima.

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