terça-feira, 18 de junho de 2013

Amor à pátria

Minha pátria tá perdida
Ou cega,
Ou assassinada.

Pelas ruas tiros,
Pelas pontes fome,
Pelos becos craque.
Pelos palácios luxo,
Pelos rios lixo,
Pelos poderes ataque.

Minha pátria tá sofrida,
A casa caindo,
O dinheiro sumindo,
E o povo clamando por vida.

Pelos corruptos sorriso,
Pelos cidadãos martírio
Pelos empresários artifícios.
Pelos políticos audácia,
Pelos abastados cegueira,
Pelos bastardos sacrifícios.

Minha pátria tá esquecida
Ou então invertida
Como se poder fosse amor à pátria.
Minha pátria - tão querida,
Tem deixado de ser amada,
De ser vida, vivida, idolatrada.

O amor à pátria virou (des)amor próprio
- aquele velho vício em ópio
E vontade de corromper o povo,
de tornar-se imoral,
de ser (e viver) impróprio.

Minha pátria amada, idolatrada,
fora assassinada.
É o que acontece quando a justiça (cega) deixa de enxergar igualdade,
E passa a não ver mais nada.

Minha pátria tá perdida.

[...]

Ou cega.

[...]

Ou morta.

Mas tá cada dia mais viva.
Mais amada.
Mais ídolo-atrasada.
Salve, salve.
 

Daniela Dino

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